A prática do sexo oral pode ser a causadora do rápido aumento de casos de câncer da boca e da faringe relacionados com o vírus do papiloma humano (VPH) que se registrou nos últimos anos nos países desenvolvidos.
Em um editorial da revista British Medical Journal, vários pesquisadores vinculam o carcinoma orofaríngeo de células escamosas - um dos principais cânceres de cabeça e pescoço, que se origina na metade da garganta - com o VPH e apontam o sexo oral como a mais provável via de contágio.
Os números oficiais apontam para que o número de cânceres de cabeça e pescoço, dos quais se registram 640 mil novos casos anuais no mundo, está caindo, com a exceção do carcinoma orofaríngeo de células escamosas, cujo "nível aumentou de maneira importante, especialmente no mundo desenvolvido", afirmam.
Cita-se o exemplo dos Estados Unidos, onde os casos aumentaram 22% entre 1996 e 2006, após um período sem variações entre 1975 e 1999, e do Reino Unido onde o número de pacientes homens com cânceres bucais e da faringe aumentou em 51% entre 1989 e 2006.
Este aumento ocorre em paralelo ao aumento de casos de tumores relacionados com o VPH, constatam os autores do estudo, dirigido por Hisham Mehanna, da Universidade de Coventry (Reino Unido).
Os pesquisadores destacam que este câncer relacionado com o VPH pode ser considerado uma doença diferenciada, que tem melhor diagnóstico e maiores probabilidades de sobrevivência que os carcinomas orofaríngeos não relacionados com o VPH, particularmente entre pacientes não fumantes.
Quanto à transmissão sexual como veículo de contágio, se baseiam em um recente estudo que associava este câncer com um histórico de seis ou mais amantes ao longo da vida do indivíduo, com um histórico de quatro ou mais amantes com os quais se praticou sexo oral e, no caso dos homens, com a precocidade sexual.
A pesquisa adverte que não é uma conclusão definitiva, mas assinala que se esta tendência for mantida pode representar uma importante carga nos sistemas de saúde, já que a maioria de infectados são jovens com grandes possibilidades de sobrevivência, que deverão ser submetidos a revisões com certa frequência.
Além disso, são colocadas outras questões como a conveniência ou não de implantar programas de vacinação
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